RECOLHIMENTO DE SÃO JOÃO BAPTISTA (1474-1878)
TAVIRA
CORREDOURA
O Recolhimento de São João Baptista era uma Casa Religiosa ou Asilo sem votos fundada em 1474 por Dona Francisca Josefa de Melo Ribadaneira, fidalga tavirense para proteger mulheres em situação económica ou social precária e órfãs em situação de grande fragilidade, desempenhou o seu meritório papel até 1878, 44 anos depois da Fazenda Real ter tomado posse da mesma com a extinção das Ordens Religiosas de 1834
Borrão da Planta de Tavira de José Sande de Vasconcelos,
engenheiro militar cartógrafo que iniciou o
seu trabalho no Algarve por volta de 1772
Nºs 43, 44 e 45 edifícios ocupados pelo Recolhimento
50 e 51 Igreja de Nossa Senhora das Ondas
DONA FRANCISCA JOSEFA DE MELLO RIBADENEIRA
Filha de Antónia Correia da Franca e de Dona Leonor de Mello Ribadeneira de Ataíde e Sárrea.
Nunca chegou a casar. Herdeira de avultados bens e fortuna dedicou a sua vida à prática de caridade cristã. Nas casas da Corredoura que herdou de seu tio, Simão Lopes de Mendonça Pessanha da Franca, aproveitou a Ermida de S. João da Corredoura para mandar fazer uma Igreja votiva do mesmo santo.
Nunca chegou a casar. Herdeira de avultados bens e fortuna dedicou a sua vida à prática de caridade cristã. Nas casas da Corredoura que herdou de seu tio, Simão Lopes de Mendonça Pessanha da Franca, aproveitou a Ermida de S. João da Corredoura para mandar fazer uma Igreja votiva do mesmo santo.
Em 1760 e face à decadência de um Recolhimento já existente em Tavira desde 1674 resolve tomar a seu cargo a sua revitalização e para isso tem o apoio do Arcebispo-Bispo do Algarve Dom Frei Inácio de Santa Teresa que o dotou de novo estatuto.
Como é sabido o Decreto de 30 de Maio de 1834, torna "legal" a apropriação dos «bens dos Conventos, Mosteiros, Collégios, Hospícios e quaisquer Casas de Religiosos das Ordens Regulares» e foi assim que o Recolhimento entrou nesse rol dos liberais com a chancela do "mata frades".
Bens que foram vendidos e leiloados ao desbarato do quem dá mais ou simplesmente para a posse dos "amigos".
Em 1878 morre a última utente do Recolhimento e o mesmo passa para a Fazenda Real que em 1884 trata logo de o vender ao Juiz José Rafael, que depois o terá vendido a José Gonçalves Palmeira Sénior que em 1908 o vende à Associação de Salvação Pública para nela instalar os Bombeiros Voluntários de Tavira.
Em 1878 morre a última utente do Recolhimento e o mesmo passa para a Fazenda Real que em 1884 trata logo de o vender ao Juiz José Rafael, que depois o terá vendido a José Gonçalves Palmeira Sénior que em 1908 o vende à Associação de Salvação Pública para nela instalar os Bombeiros Voluntários de Tavira.
Em 1922 os BVT tornaram-se municipais, tendo os seus bens sido transferidos para a CMT com todos os seus activos.
Sede dos BVT no segundo quartel do século XX
Ao lado esquerdo o provável pórtico da Igreja de São João e à direita novo aproveitamento residencial.
Em 1971 constrói.se novo Quartel de Bombeiros e o Município logo trata de alienar os edifícios da Corredoura.
O Brasão que se vê ao cimo do portal do palacete deverá ser da Família Simões Lopes de Mendonça Pessanha da Franca.
Vista actual (século XXI) do conjunto edificado do ex-Recolhimento
Fonte principal
ANICA, Arnaldo Casimiro, Tavira e o Seu Termo (1993)